Acig impulsiona representatividade feminina no associativismo


Acig impulsiona representatividade feminina no associativismo

14 de setembro de 2022

Ingresso de mulheres na Associação Empresarial de Gaspar está crescendo – o que fortalece um dos compromissos da atual gestão, de incentivar a participação feminina na entidade. Hoje, 13% das empresas associadas são comandadas por mulheres

A expressividade feminina hoje em cargos de liderança no Brasil é significativa: segundo uma pesquisa do Sebrae em parceria com o IBGE, o último trimestre de 2021 registrou cerca de 10,1 milhões de mulheres à frente de negócios no país. O mesmo estudo mostra que em Santa Catarina, o movimento feminino na liderança de empreendimentos também está crescendo: 16% das empresas no estado são comandadas por mulheres.

Em busca de desenvolvimento, de apoio e de empoderamento, a participação feminina no associativismo também tem sido crescente. De acordo com a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), 20% dos cargos de liderança (presidência e diretorias) das associações do Estado têm sido ocupados por mulheres. “É uma porcentagem significativa, mas que tem ainda muito a expandir. A força da mulher empresária é primordial para o aumento da pluralidade no associativismo e no meio organizacional. É preciso diversificar para superar as disparidades de gênero e buscar soluções assertivas em todos os ambientes da sociedade”, destaca Kieri Madilane da Silva, vice-presidente da Associação Empresarial de Gaspar (Acig).

A própria Acig é um exemplo de que a representatividade feminina pode fortalecer os caminhos para a conquista de bens comuns e melhorias para a classe empresarial. Dados da executiva da entidade apontam que hoje 13% das empresas associadas são comandadas por mulheres. “É uma bandeira dessa gestão: oxigenar a diretoria e aumentar a participação das mulheres em todas as instâncias de atuação da entidade”, aponta Kieri.

Juliana Testoni é um exemplo dessa expressividade. Atuante como conselheira fiscal da Acig, ela entende que o associativismo é a base para uma sociedade sustentável e de auxílio mútuo e também um meio de transformação da figura feminina na sociedade. “A mulher sempre foi importante para ficar por trás da cortina, para atender demandas de retaguarda. Associativismo e cooperativismo estão muito ligados e nessas esferas partimos do princípio de que somos todos iguais. Então a mulher tem voz ativa em sugestões, em opiniões e tem uma posição de respeito dentro das associações. É um caminho para a igualdade”, opina a proprietária de um posto de combustíveis.

Foi no apoio encontrado na Acig que a Mariana Rosa Nunes Masson passou a dar mais importância para sua participação no associativismo. Fundadora de um laboratório de Análises Clínicas especializado em Genética na cidade, a jovem empreendedora vê na entidade um porto-seguro tanto no suporte para demandas específicas do negócio como para questões sociais mais amplas. “Para gerir um negócio, a gente precisa de outras habilidades além daquelas que aprendemos nas cadeiras acadêmicas. E o associativismo proporciona isso: um apoio, um direcionamento de como fazer. A mulher geralmente desempenha muitos papéis, além de empresária. E essa participação dela no associativismo é importante por conta da base e respaldo que traz, do apoio que oferece – e respinga além da empresa”, afirma a associada. E completa: “É através dessa participação em entidades e associações que ela entende os mecanismos de como conseguir créditos para o empreendimento, como buscar capacitação facilitada e até como cuidar da sua saúde e bem-estar”.

Mariana destaca ainda que a mulher se torna empresária, na maioria das vezes, por necessidade, porque precisa se reinventar – e é no associativismo que está o respaldo que pode impulsioná-la para uma carreira sólida. Dados de um estudo em parceria entre o Sebrae e o Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, apontam que durante a pandemia 55,5% das empresas abertas foram criadas por mulheres que viram no empreendedorismo uma possibilidade de renda e autonomia. “Na pandemia com as portas de escolas e creches fechadas, diversas mulheres transformaram suas mesas de jantar em postos de trabalho. Este foi o ponto de inflexão na vida e carreira de muitas mulheres que decidiram empreender. E é agora, momento em que o mundo vai se transformando neste pós-pandemia que podemos unir nossas vozes através do associativismo para moldar as condições de trabalho e a própria sociedade às reais necessidade dessa nova mulher”, ressalta Kieri.


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