20 de setembro de 2022
Grupo liderado pelo Núcleo Têxtil da Acig também conta com a participação da secretaria de Desenvolvimento e Turismo de Gaspar e entidades como Ampe Brusque, Fiesc e ABRH. Estudo que considerou as cidades de Gaspar, Blumenau e Brusque aponta um gap de mais de duas mil vagas no segmento
As reuniões entre empresários têxteis e lideranças foram motivadas por uma dor crescente no setor: a falta de mão de obra. Há quatro meses, o grupo se encontra para buscar soluções que auxiliem na redução de vagas ociosas não apenas em Gaspar, mas também na região – e que possam servir de exemplo para amenizar este problema em todo o estado.
“Estamos com um grupo bastante consolidado para conquistarmos resultados positivos para essa demanda, que impacta diretamente na produtividade do setor e consequentemente na economia das cidades que têm no têxtil sua base de desenvolvimento”, destaca Edemar Ênio Wieser, presidente da Associação Empresarial de Gaspar. Junto com o Núcleo Têxtil da Acig, outras entidades como Associação de Micro e Pequenas Empresas (Ampe) de Brusque, Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) também colaboram com a iniciativa. A prefeitura de Gaspar, através da Secretaria de Desenvolvimento e Turismo, e a plataforma O Negócio da Moda, além de empresas locais e até de São Paulo, como a Epson do Brasil, completam o grupo que discute as melhorias.
Segundo uma pesquisa da consultoria Tempo e Trabalho feita com 53 empresas têxteis de médio e grande porte nos meses de junho e julho deste ano nas cidades de Gaspar, Brusque e Blumenau, estima-se que o gap de vagas ultrapassa as duas mil a serem preenchidas. O estudo ainda indicou que aproximadamente 71% das empresas consultadas levam até 30 dias para substituir o colaborador em uma vaga – para os outros 29%, o prazo se estende para mais de um mês. “Essa dificuldade precisa ser ultrapassada e a nossa intenção é mostrar que as possibilidades de preencher as lacunas são palpáveis se unirmos forças. Mais do que preencher as vagas, precisamos fortalecer a qualidade da mão de obra que dispomos, oferecendo mecanismos para o trabalhador se qualificar”, salienta Edemar.
No último encontro o grupo conheceu o case do Instituto Focus Têxtil, de São Paulo, que desenvolve o projeto Costurando o Futuro: a iniciativa promove capacitação de mão de obra, por meio de cursos para operadores de várias máquinas têxteis, e também aposta na sustentabilidade, despertando nas empresas do segmento a prática circular, com o destino correto dos resíduos da indústria.
Com base nos dados da pesquisa e informações do case, o grupo definiu três frentes de atuação: formação técnica para os trabalhadores (com cursos de capacitação para operadores de máquinas de costura em geral), formação de profissionais de Recursos Humanos estratégicos para o segmento (de forma a identificar os potenciais trabalhadores e indicá-los nas capacitações disponíveis) e formação de líderes (que engajem seus colaboradores e os motivem a permanecer nas vagas o maior tempo possível). Para isso estão sendo mapeadas as empresas e instituições que possam colaborar com as ações práticas e estruturais a curto, médio e longo prazos.
A próxima reunião do grupo ocorre dia 06 de outubro, nas dependências da Lince Participações e Empreendimentos. O convite será divulgado nas redes sociais do Núcleo Têxtil da Acig e é aberto à participação de todos os envolvidos no segmento.